quarta-feira, 15 de outubro de 2014

Jab e Direto

O negócio é não deixar a música perder a melodia. Não permitir que a poesia seja escritas por extenso, sem aquelas frases cortadas que dão leveza e romantizam todo o contexto. A praticidade que a vida exige não pode tomar lugar da crônica e do coração mole. Aos 30, o mundo pede um jab-direto e só cabe a nós tampar os ouvidos e manter a maleabilidade gostosa dos anos mais leves.

A praticidade tem seu lado bom. Chega a hora de perder a dó de cortar o cabelo, de doar a roupa, de negar programas quando a vontade é de simplesmente ficar em casa. Chega o momento de aposentar o mimimi. A parte boa é não sofrer. A ruim é que sem o frio na barriga a vida perde boa parte da graça.

O desafio é manter a cor. Enxergar tudo pelo lado mais divertido. Usar a experiência para deixar as coisas mais leves, sem deixar para trás aquilo que a imaturidade tem de melhor: a deliciosa sensação do não saber.  

Nenhum comentário:

Postar um comentário